Vento que balança a cana no canavial
Vento que balança a cana no canavial
Na varanda da casa grande
Colonel descansava na rede
E o negro no canavial
Sofria de fome e de sede
Vento sopra, o vento…
Vento que balança a cana no canavial
Vento que balança a cana no canavial
Na capela da fazenda
Sinhazinha ia rezar
Coberta de manto de renda
Ajoelhada no altar
Vento sopra, o vento
Vento que balança a cana no canavial
Vento que balança a cana no canavial
Capataz de madrugada
Acordava em desespero
Uma família de escravos
Havia fugido do cativeiro
Vento sopra, o vento
Vento que balança a cana no canavial
Vento que balança a cana no canavial
Sinhozinho no terreiro
Maltratava o erê
A escrava na cozinha
Lamentava por nada fazer
Vento sopra, o vento
Vento que balança a cana no canavial
Vento que balança a cana no canavial